Em 2022, escrevi aqui mesmo um artigo contando minha experiência com o curso da AUVP. Na época, elogiei o conteúdo (ainda acho o melhor do Brasil), falei da comunidade forte, das provas difíceis e, claro, meti o pau na plataforma ISAex, que era travada, feia e limitada. Mesmo assim, eu usava. Não tudo, mas comprava CDB bom lá de vez em quando — porque era realmente melhor que as porcarias que a XP oferecia. Mas mantinha o grosso da carteira na XP: ações, FII, ETF, tudo lá. Afinal, era cômodo, era bonitinho, era… seguro? Assim eu pensava.
Até que 2025 chegou quebrando tudo.
A XP virou sinônimo de confusão
Primeiro veio a Grizzly Research, aquela firma gringa que vive shorteando empresa brasileira, dizendo que a XP operava um esquema de pirâmide estilo Madoff. Segundo eles, os fundos internos Gladius e Coliseu tinham retornos “sobrenaturais” sustentados por… novos aportes de investidores em COE. O velho golpe da reciclagem de dinheiro em embalagem premium.
Depois, apareceram processos: cliente dizendo que perdeu R$ 18 milhões achando que o produto tinha “proteção contra perdas”. Gente recebendo ligação de assessor empurrando operação sem autorização. E como cereja no bolo: vazamento de dados, instabilidade no app, e tudo isso no meio de um mercado volátil. Era pra ficar? Não era.
Fechei a conta. De verdade. Zerei tudo e fui pra AUVP. Mas agora com gosto.
O que mudou de 2022 pra cá?

Quando escrevi aquele artigo em 2022, a AUVP ainda estava engatinhando no mundo da plataforma. O curso já era excelente, mas a corretora (ISAex) era sofrível. Por isso, mesmo depois de virar aluno, eu não migrei tudo. Só comprava os CDBs bons que eles indicavam (e que batem qualquer bancão, diga-se de passagem). O resto eu deixava na XP mesmo, no piloto automático.
Mas aí veio a virada de chave: o BTG Pactual comprou parte da AUVP e levou a operação de investimentos para dentro do banco.
Resultado? A antiga plataforma ISAex virou a plataforma BTG Private, aquela que só era liberada pra cliente com mais de R$ 100 milhões. Hoje, eu, concursado classe média, uso a mesma estrutura que bilionário.
E melhor ainda: sem as armadilhas do BTG
Porque é bom deixar claro: o BTG sozinho também é cilada. Sem assessoria da AUVP, eles empurram consórcio, COE, fundo com taxa tripla, igualzinho à XP. Só que com um terno mais caro.
E a corretagem? No BTG direto, você paga R$ 4,50 por ordem. Na AUVP? Isento. Zero. Lindo.
Atendimento? De verdade.
Hoje, se eu tenho qualquer problema, eu mando no WhatsApp e resolvem. Gente mesmo. Sem “abra um ticket”. O atendimento é personalizado, rápido, e os caras sabem quem eu sou, o que eu tenho e o que eu preciso. Nada de ficar me oferecendo produto “porque tá na campanha”.
Além disso, agora uso o cartão UltraBlue, fornecido pelo BTG via AUVP. Concierge, sala VIP, cashback. E recebo meu salário na conta da plataforma também. O que era só uma corretora virou minha conta principal. TED, Pix, cartão, dólar, investimento, tudo em um lugar só.
E sim, a taxa é cara. Mas compensa.
A AUVP cobra 0,9% ao ano sobre o patrimônio. Acho alto. Falei isso lá dentro. Devia ser 0,6% no máximo. Mas, sinceramente? É o único lugar onde senti que cuidam mesmo do meu dinheiro. Os relatórios são bons, as sugestões de CRI, CRA e renda fixa batem tudo que tem por aí. E o filtro que fazem nos produtos evita que eu me enfie em furada.
Agora… se eu ganhasse menos de R$ 20 mil?
Aí eu não usaria AUVP. Sincero. A taxa pesa. Se eu estivesse nessa faixa, faria dobradinha com o Inter (que tem uma plataforma excelente e taxa zero, apesar de sem assessoria de verdade) ou com a Interactive Brokers + Nubank — simples, direto e com acesso a investimento internacional sem treta.
Mas fugir de Clear, Rico, XP, Modal, Toro e outras pragas é mandatório. É tipo usar antivírus no PC: básico.
Conclusão
Hoje tô só com a AUVP. Cara, não digo que é a coisa mais barata do mundo, mas a rentabilidade tem compensado, os caras são bem ponta firme, hoje por exemplo na treta do IOF, já recebi o informe me ensinando a pagar mais barato (Envia a grana para investimentos e saca no débito, para mim que viajo foi forte, economizar 2% direto).
Fechei XP, deletei o app, desinstalei o trauma. Não sou esses fã boys do Raul, ele tem essa base mais fanatizada, eu faço conta.
Foi uma jornada de 3 anos, de curioso a cliente, e agora, enfim, 100% migrado. Com todas as críticas e elogios que tenho direito.
Se você é como eu — estuda, testa, reflete — recomendo que leia, compare e decida com calma. Mas decide. Porque ficar onde te tratam como carne de abate financeiro não dá mais.
Agora vazar da XP é obrigação.
